Das glórias ao esquecimento: esse é o Serra!
Hoje é aniversário do maior palco do futebol goiano. O estádio Serra Dourada completa 50 anos carente de um rejuvenescimento e cheio de histórias pra contar. Projetado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, ele foi inaugurado no dia 09 de março de 1975, com uma partida entre a Seleção Goiana e a Seleção Portuguesa, vencida pelos goianos pelo placar de 2 a 1.
Quando o saudoso árbitro Urias Crescente Alves Junior, o “Tio Urias”, – um dos maiores nomes da arbitragem goiana e nacional -, apitou o início daquela partida, era dado não apenas o ponta-pé inicial de um jogo, mas da história de um gigante do Centro-Oeste e do Brasil. Um templo, frequentado pelo “Rei” e pelo “Deus” do futebol”.
Os eternos Edson Arantes do Nascimento (Pelé) e Diego Armando Maradona Franco (Maradona) já passaram por aqui e ajudaram a escrever um enredo cantando pelas principais seleções do mundo, desfilando em competições como Eliminatórias de Copa do Mundo, Copa América, Libertadores e amistosos internacionais.
Redução de sua capacidade e importância
O Serra Dourada tinha a capacidade inicial de 76 mil torcedores e esteve com “gente saindo pelo ladrão”, na sua inauguração oficial. Hoje sua capacidade, por motivos de conforto e segurança, foi reduzida para 38 mil pessoas. Um fator que demostra bem a realidade atual do estádio: uma redução não só de capacidade, mas de importância no cenário nacional ao longo de cinco décadas.
Não ser uma sede da Copa prejudicou muito
Considerado o estádio mais bonito e com o melhor gramado do Brasil – nos seus tempos de glória – , o Serra convive nos dias atuais com uma realidade muito diferente. Após fracassar no projeto de ser uma das sedes da Copa do Mundo no Brasil, em 2010, a praça esportiva começou um triste processo de esquecimento e decadência estrutural.
Sem Copa e assistindo os principais clubes da cidade investindo em seus próprios palcos, a sua luz se apagou no tempo e o Serra Dourada chegou a ficar inativo para o futebol durante longos períodos nos últimos anos, vivendo apenas de pequenas reformas, o famoso “batom”, para alguns jogos aqui e outro ali.
Atualmente, depois de uma troca na iluminação, o Serra tem sido usado em alguns jogos neste início de temporada. O que é muito pouco para um dos maiores estádios do Brasil em tamanho e importância. Mas existe uma luz no fim do túnel para o nosso querido Serra Dourada, que após um recente evento em São Paulo, passará a ser gerido pela iniciativa privada.
Investimentos e expectativa de modernidade
Em fevereiro, o Grupo Construcap (o mesmo que administra o estádio do Mineirão) venceu o leilão de concessão do local pelos próximos 35 anos. A empresa deverá pagar R$ 10 milhões ao estado pelo uso do complexo e o projeto prevê investimento obrigatório mínimo de R$ 215 milhões, além de possíveis investimentos opcionais de R$ 47 milhões.
Esses investimentos serão destinados à modernização e revitalização do complexo, que inclui o Ginásio Valério Luiz (Goiânia Arena), o Parque Poliesportivo e os estacionamentos. Acredita-se que o valor total da concessão é próximo a 1 bilhão de reais. Não há um prazo definido para o início das obras, mas a expectativa é de que elas sejam entregues em 2028.
O ex-Beatles Paul McCartney já brilhou aqui
Palco de grandes jogos e eventos históricos como o show de Paul McCartney, o Serra Dourada recebeu vários outros grandes jogadores da história. Além de Pelé e antes mesmo de Maradona, que esteve com a seleção da Argentina, na Copa América de 1989, o alemão Franz Beckenbauer é outro que pisou o gramado do Serra em amistoso do Brasil contra a Alemanha, em 1978.
Sem contar outros jogadores históricos do futebol brasileiro e mundial como Romário, Ronaldo, Zico, e o goiano Túlio Maravilha, revelado no Goiás, campeão brasileiro pelo Botafogo, e que também vestiu a camisa verde amarela no estádio que ajudou a fazer dele um dos maiores goleadores do País.
Por Marcelo Durães
